sábado, 21 de dezembro de 2013
Meu aniversário de 2013 - 18/06/13
Esse texto escrevi um dia depois do meu aniversário deste ano e o mais incrível é saber que muito do que eu escrevi de fato foi verdade, afinal, esse povo da imagem não se reuniu mais para reivindicar seus outros direitos. Espero que o "Gigante" não tenha dormido novamente, espero que seja apenas um "cochilo".
"Ontem foi meu aniversário e também um dia histórico em relação à mobilização social, mas meu sentimento em relação a tudo que está acontecendo é dúbio, afinal nada mais bonito que ver o povo lutando por melhorias, porém de nada adianta se elas forem objeto de moda ou “Flash mob”.
Cresci em uma família militante de esquerda, vi minha mãe apontar o dedo para o governador do estado de Santa Catarina em prol da saúde e ter uma foto eternizada por isso. Vi ela defender a bandeira de greves, passeatas, etc.
Vi meu irmão militar desde criança no movimento estudantil, onde o orgulho por todas as ações de luta eram motivadas pela prioridade: a sociedade. Meu irmão tem consciência política desde quando mal se entendia por gente e até hoje luta com essa ideologia.
Vi amigos lutarem por ideais políticos partidários todos os dias, onde a prioridade era a sociedade e não o mercado político que se formou ao longo dos tempos.
Mas essas lutas foram todas conscientes e esses ideais duram décadas, na tentativa de lutar contra a politicagem que todos protestam hoje nas ruas. Sim há uma diferença gigante entre politicagem e política.
Onde quero chegar com isso: simples!
Uma manifestação tem que ser ideológica, tem que ter fundamento, diretriz, raízes e objetivo. Ninguém que já militou na vida poderá dizer que é contra manifestações como as que estão acontecendo no país e no mundo, mas todos que estão lá precisam ter consciência do que realmente elas significam.
Trabalho em um órgão público, cujo contato é direto com a população e não me sinto desconfortável em arriscar afirmar que a maioria dos manifestantes sequer sabem a diferença entre o legislativo, executivo e judiciário, quiçá saber da diferença entre a responsabilidade dos governos municipais, estaduais e federais.
Se meu discurso parece desfavorável as manifestações, enganam-se, eu apenas queria que essa motivação de reunir o povo fosse direcionada a discussão dentro do que é possível fazer. Enganam-se aqueles, que a redução de R$ 0,20 irá mudar alguma coisa, pois se não sair da passagem, sairá do orçamento de outra pasta, como a educação, saúde, etc.
Para aqueles que culpam os investimentos da copa, saibam que provavelmente o lucro dela é muito maior do que qualquer evento turístico no país, e sim, turismo é fonte de renda, sou turismóloga e posso afirmar isso. Muitos países do mundo tem sua principal fonte de renda o turismo.
A questão não é quanto se paga por uma passagem ou quanto se paga em impostos, ou quanto se gasta em um evento como o da copa, a questão é cobrar transparência do investimento dos impostos arrecadados. É preciso ir as ruas para lutar pela mudança do direcionamento do dinheiro, é preciso ir as ruas para cobrar que os vinte centavos melhorem o transporte público.
É necessário lutar e manifestar-se pela impunidade com as quais os governos e governantes operam este país. Porém é importante também reconhecer que aconteceram avanços nos últimos anos, basta comparar dados estatísticos.
E ao invés de querer tirar os responsáveis de lá, eles precisam entender que somos nós que temos que determinar como o dinheiro é aplicado no país e não eles. Alguém já ouviu falar em orçamento participativo? Pois é, quantos dos manifestantes de hoje quiseram fazer parte dessa modalidade de participação popular?
Vamos repensar nossos motivos, nossas causas e nossos objetivos. E se for preciso usar de força e violência, que assim seja, nenhuma revolução aconteceu pacífica, mas hoje, o que é discutido nas ruas, pode sim ser muito que pacífico.
Essa é minha opinião, a favor de uma manifestação ideológica e não por modismo. Os líderes da atual manifestação precisam se reunir e precisam definir os objetivos, caso contrário, não dará em nada, o povo esquecerá a força que demonstrou em meses, por não entender exatamente o que faziam lá.
P.S.: aos que estão lutando, não deixem de lutar, mas por favor, levem isso para toda a vida, não apenas por esse período e busquem todas as alternativas de mudança, abram-se para o diálogo também."
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário